sexta-feira, 25 de julho de 2008

Conversa vai, conversa vem

Faz muito tempo que não escrevo no blog por preguiça. Ontem conversei com a Kika e hoje com Marcos Pessoa e falamos sobre a importância de escrever memórias de uma vida, 29 anos, na educação.
Penso, às vezes, que não tenho boa memória, mas Marcos me fez lembrar que se "falo" muito´, uma coisa puxa a outra na memória.
Falei pro Marcos da tristeza que sinto em relação a sentimentos que deveriam ser agradáveis, mas é pura decepção pelo "andar da carruagem" vivida por mim nesses anos todos de dedicação a minha profissão.
Hoje não sinto saudades, mas as vezes perco o sono pensando no que deveria ter dito e feito por ela.
Fiz sempre um trabalho no qual eu acreditava, mas solitário. Os "frutos " eram colhidos, somente eu percebia, não dividia com ninguém, o que acho que foi um erro. Devia ter falado mais e como tudo é consequência consegui fabricar um pólipo no intestino de tanta merda que ouvi e fiquei calada.
Penso que governantes teriam de saber ouvir quem lida com a realidade de "baixo". Tenho a impressão de que eles sonham e realizam pesadelo pra nossa realidade.
Demorei anos pra entender o que queriam dizendo para trabalhar a realidade do aluno, aí trabalhei ao meu modo com uma realidade palpável, aquela que não era relacionada ao todo, mas sim a partes do dia a dia modesto de cada aluno.
Mostrava como ser feliz, apesar de ...Com o que ensinava o aluno aprendia tão bem, que tenho certeza, na sua casa abria espaço pra diálogo e todos aprendiam para ser uma pessoa instruida, apesar da fome!!!!!
A realidade deles eu não podia e nem era capaz de mudar, mas que o dia ficava mais leve e feliz, isso eu conseguia.
Não me arrependo de nada do que fiz, mas sim, do que faltou fazer.
Será tarde??? Ou por algum lugar, que procuro ansiosa, serei capaz de levar 29 anos de experiência bem vividos, a realização e satisfação no que faz?
Assim espero.
Bjs a todos
Márcia Morales