quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Pessoa gostosa

Toda vez que estou infeliz, penso como é trabalhoso. Vc tem que achar defeito em tudo, em você e nos outros, falar mal de tudo, reclamar, ficar deprimida e principalmente não gostar de nada do que possui no momento.

Tem gente que passa a vida no se... se eu tivesse outra casa, se eu tivesse..., se eu pudesse..., se eu quisesse..., mas deveria pensar SE EU MUDASSE.

As pessoas do “se” são terríveis pra se conviver, já as pessoas que aceitam tudo e gostam do que tem e de si mesma, são as que sempre conseguem as coisas e estão sempre rodeadas de amigos, porque são deliciosas de se viver. O melhor elogio que podemos receber é de que somos uma “pessoa gostosa”.

Quem fica de mal da vida, tô fora.

Eu sempre disse que pra ser feliz, valorize o que tem e pra ser infeliz, fica reclamando do que falta.

Seja feliz, porque pra ser infeliz dá muito trabalho.

Márcia Morales

domingo, 12 de agosto de 2007

Reportagem na revista

Professora Enlacista - Reportagem na revista profissão mestre
Superprofessora - Por Karen Jardzwski
Márcia Morales

Dedicação, inovação, amor e muita criatividade a serviço da educação

Ensinando Ciências e Química durante 29 anos, Márcia Morales sempre buscou soluções criativas para superar as dificuldades e obstáculos na educação. A maior parte desse tempo lecionou em ensino público e por mais de duas décadas em um único colégio, a Escola Estadual Professora Beatriz de Quadros Leme, em São Paulo.

Uma das saídas inteligentes ou como ela mesma denomina "conhecimento visual criativo", aconteceu quando Márcia teve de dar aula numa lousa cheia de buracos. Após comunicar a diretora da escola sobre a situação e obter a resposta "não temos verba para arrumar", teve uma idéia. Chegava todos os dias na sala e desenhava alguma coisa no quadro que tivesse relação com a matéria. Células, bactérias, neurônios e até pulmão de fumantes eram visualizados com o auxílio dos buracos. O ano se passou, os alunos aprenderam e a diretora perguntou à professora porque nunca mais tinha reclamado do problema. "Contei que estava usando os buracos para ensinar Ciências. Em escola pública nada se perde, nada se cria, tudo se aproveita", diz Márcia.

Aposentada desde março de 2002, a professora desenvolve trabalhos como voluntária em duas escolas através do programa Enlaces- Brasil.

"Continuo na educação porque acredito que com o Enlaces deixarei muitos alunos felizes e com material suficiente para enfrentar o mundo informatizado de hoje", conta Márcia.

Certa da missão cumprida, mas disposta ainda a dedicar muitos anos ao trabalho voluntário em prol da educação, a professora dá a receita para realização: "Sempre procurei gostar do que tenho em mãos e dar o melhor de mim. Oferecendo aos meus alunos também o que tenho de melhor, sinto-me realizada", conclui a professora.

Sempre pensei que nós educadores teríamos de renovar, inovar, valorizar, amar, gratificar, estimular todos os nossos alunos sem distinção e ver o retorno nos olhos de cada um, e não em um papel que certamente ficará esquecido na gaveta, diz Márcia.

Meu primeiro dia de professora

Fui entregar uns documentos, certa de que começaria a dar aulas em outro dia, mas quando cheguei a diretora disse-me: ´Pode subir. As duas primeiras são no 1º A`. Não tinha preparado nada. Subi para a classe, olhei para os alunos e me apresentei.

Falaram que na classe estudava o filho da diretora e que ela vigiava os professores pelo caderno dele. Aí brinquei: ´Então anota tudo que eu vou falar`. Falar o quê?

Pensei. Disse que tudo que reagia era Química, perguntava aos alunos o que estavam vendo e eu dizia: É Química. Nunca mais levei documentos sem ao menos um livro debaixo do braço, ou com alguma coisa preparada.

Professora Márcia Morales

Eu vi...(texto antigo)

Eu vi de camarote o respeito acabando, a petulância aumentando, o desamor brotando, valores trocando, enfim, a educação indo por um caminho que não me agradava, sendo pisoteada e pisoteando seres humanos.


Com muito sacrifício e graças ao Enlaces sobrevivi aos últimos anos da minha fase na educação. Até que dia 13 de março de 2002 consegui me aposentar. Pensei no que fazer e tinha o Enlaces onde poderia ficar com a única parte que gostava na escola. Seria ver motivação e felicidade nos olhos dos alunos. "Emprestei" o Miguel Munhoz e fiz dela minha realização juntamente com Alda e Marli.


Como a maioria sabe, em 2004 mudei-me para Bragança Paulista e me afastei da educação por não suportar muitas coisas, principalmente no que dizia respeito à troca da falta de tolerância nos seres humanos.


Para não morrer de tédio montei uma infra estrutura e passei a "xeretar" em tudo que posso. Tenho banda larga e multi canal para interagir em tudo. Assisto programas, mando e-mail com comentários, enfim, tento não deixar de raciocinar. Kika e Marcos não me abandonaram e me ajudam muito a raciocinar e debater assuntos sobre educação.


Participo do Orkut, fraquinho, mas enfim encontro amigos lá como Veneza,Irene, Kika, Marcos, Elisa e fico observando mensagens alheias e qual não está sendo meu espanto ver que jovens, na linguagem deles, tem usado palavras como saudades, te gosto, te amo, te admiro.


Num programa bobo como BBB,onde não se respeita o ser humano com sua privacidade, confinando-os em uma casa e obrigando-os a conviver com as maiores diferenças, estou percebendo que quem agrada o telespectador não são os homens e mulheres de corpo estrutural e sim, o caráter. Lá dentro temos um professor-historiador, gay, preferido, que está dando aulas de bom caráter e solidariedade com os outros, mesmo sendo coagido por maus elementos. Ele está nos devolvendo a valorização,respeito e sensibilidade como profissional da educação.


A segunda preferida trata-se de uma moça que não tem silicone e nem é muito bela, mas é batalhadora, e é nesse valor que o povo está admirando-a. Por incrível que pareça, a terceira é uma miss com conteúdos na alma.


Dentro da casa confinados, não tem rolado sexo e percebe-se "papos cabeça". E QUERIDOS, por incrível que pareça o povo está escolhendo por valores e não por visual.


Sei que parece bobagem, mas eu estou feliz em notar essas mudanças. Sinto que o povo está sentindo falta do que é realmente de valor.


Há algum tempo atrás uma antropóloga pesquisou 1300 pessoas por um questionário, mas não via as pessoas. No final da pesquisa ela notou que todas as pessoas eram magras,altas, de cabelos lisos, loiras, mas nas perguntas em relação aos companheiros, as mulheres queriam homens inteligentes e amigos, e os homens queriam mulheres compreensivas. Ninguém disse em beleza.


Será, Meu Deus, que as pessoas estão percebendo e desenvolvendo a parte humana e espiritual? Estarão elas cansadas do desafeto? Decidiram descer do pedestal e olhar o ser humano, olho no olho?


É isso aí meus queridos, vamos aproveitar essa fase de bem querer e vamos mostrar para nossos alunos, professores e seres humanos em geral que é através de "gostosas" palavras que se conquista e podemos sonhar com um mundo melhor.


Esse é um país que não tem terremotos, maremotos, tsunami, mas tem pessoas que precisam ser encaminhadas para o lado solidário e tentar entender que a melhor coisa da vida e da satisfação pessoal é deitar e lembrar que durante o dia todo só foi tratado e tratou bem outro ser humano.


Não vamos desistir e nem nos conformar com pouca coisa. Nós merecemos muito mais. Carinho nunca é demais. Todo mundo gosta de ser agradado e o que não sabem, às vezes, é que é muito melhor agradar.


Mesmo num país onde diz que o brasileiro nunca desiste, fazem piadas que encontraram o dedinho do Lula, dão vagas em faculdades para índios e negros, como se eles fossem menos inteligentes que brancos, temos de perdoar essas falhas e desenvolver no ser humano a tal da humanidade.


Meninos, eu vi , estou vendo, estou gostando e continuo viva, apesar da "inutilidade" que às vezes me assombra.


Ah! "Beleza" é fundamental e eu continuo "bonitinha por demais", mas também saudosa por demais.

Márcia Morales