Minha vizinha tinha duas filhas pequenas e que brincavam no chão com a cachorrinha, então ela ficou preocupada que as meninas ficassem com alguma doença.
Como conversávamos toda noite até tarde, decidimos "dar fim " na cachorrinha. As meninas não deixariam ela dar a cachorrinha, mas podíamos falar que ela tinha sumido.
Como tanto eu como ela gostávamos de bichos, decidimos que pensaríamos num lar bom para Suzy (nome fictício). Pegamos um fusquinha que ela tinha velho e barulhento, que crescia pé de feijão dentro dele, porque ela tinha um supermercado e fazia entregas de mercadorias com ele. Aí caía feijão, chovia e pronto lá ficava um pé verdinho e crescidinho.
Parávamos nas casas e ficávamos analisando. Queríamos uma casa que o morador tivesse dinheiro, gostasse de bichos, tratasse a cachorrinha e principalmente que não tivesse crianças, pois estávamos fazendo isso muito triste, mas visando o bem delas.
Já passava da meia noite e nós parávamos nas casas e sempre acabávamos dando um defeito para o novo proprietário da Suzy. Ríamos muito, porque ela descia com a caixa e eu gritava:
- Volta, lembrei uma coisa. E lá vinha o defeito.
Conclusão ficamos horas com o fusca barulhento, a caixa e os risos altos pela madrugada.
Demorou, mas decidimos um bom dono para ela. Só que esquecemos que a filha da minha amiga estudava na escola em frente a casa de confiança que deixamos a Suzy.
A menina voltou da escola e falou:
Mãe na tia "tal" tem uma cachorrinha parecida com a Suzy e tem o mesmo andar.
Danou-se, lá fomos nós buscar a cachorrinha de volta. O coração não aguentou.
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