sexta-feira, 18 de maio de 2007

Será que é carma?

Tem horas que penso que só pode ser carma. EU NÃO ME LIVRO DA FUNÇÃO DE PROFESSORA.

Em tudo que faço sempre depois noto que minha intenção foi ensinar alguma coisa. Nem se for com o exemplo da minha amiga no texto anterior, mas já ensinei que tem de se olhar no espelho atrás antes de sair.

Às vezes sem perceber em todo lugar que volto a ver depois de um tempo, acho uma “aula” minha.

Nunca me esqueço de uma mensagem que mandei pra Kika na Bahia, onde eu a ensinava até a atravessar a rua. Toda vez que estou parada no meio fio, eu lembro de ficar atrás de um poste no caso de estar vindo alguém fugindo da polícia. Foi isso que eu ensinei a ela.

Tem um amigo meu que diz que, quando conversa comigo, sempre aprende algo novo. Eu dou risadas porque faço sem notar.

Leio o orkut e sempre acho uma aula minha, até lá que de “profundo” não tem nada.

Qualquer dia vou fazer chamada nos meus bichos, apesar de que de professora sempre esquecia de fazê-la ou melhor, esquecia não, não gostava mesmo. Deus me livre saber que um moleque meu estava lá sentado somente por causa da chamada. Queria que ele estivesse lá com tesão de aprender.

Uma vez a inspetora de alunos veio pedir pra gente ir embora mais cedo, porque ela estava cansada e a diretora já tinha ido pra casa. Os alunos não se mexeram e disseram que não queriam ir porque estavam aprendendo. FOI UM PRÊMIO E TANTO PARA MIM. Não esqueço nem o rostinho deles, todos bravos.

Eu sentava em cima da mesa e ia ensinando tudo que me dava na cabeça. Desde as coisas mais simples até completar com a minha matéria. É assim que eu gosto. Fazer um paralelo com coisas concretas.

Uma vez disse que como eu iria ensinar que velocidade é igual espaço sobre tempo, se meu aluno não tinha carro possante, andava de ônibus que não tinha velocidade, não sobrava espaço e não chegava a tempo. Foi levada essa frase pra USP, antes de falarem que tinha que dar a matéria de acordo com a realidade do aluno. Não sei até hoje se usaram meu “boné” e saíram com essa, ou se eles tiveram essa idéia mesmo.
Uma professora que conseguia “ver a semente”, não se conformava com as minhas aulas e os meus exemplos. Até hoje quando encontro com ela, caímos na risada. Ela diz:
-Márcia, só vc mesma pra ensinar ar comprimido e rarefeito dando exemplo do ônibus cheio, e o pior é que eles entendem mesmo.

Na educação e na vida real não devemos deixar de ser criativo. Mais criativo que o brasileiro pra dinheiro, não existe né. Se somos capazes disso porque não sermos em tudo criativo e bem humorado.

Aprenderam? Acho que é carma mesmo!!!!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Eitcha, Mammy! Isso é legal pracas. Vc deveria publicar o tal e-mail. Assim minha saudade diminuia um pouco.

Anônimo disse...

Voltei porque reli o texto - pela quarta vez. E acho que é um texto injusto, mammy. Lamento, mas é injusto. Vc me ensinou MUITO mais que isso. E agora reparo que vc fez de novo. Sempre, cada dia. vc sempre faz isso. Realmente teu texto é injusto.

Anônimo disse...

Cadê tu? Publica, bela, publica! Please.